No mês de novembro se comemora "a consciência negra".
É uma data que merece uma atenção redobrada, não somente dos ativistas, mas da sociedade como um todo, por ser uma conquista dos descendentes daqueles que foram escravizados, ou seja dos negros e negras brasileiros.
Após a abolição legal, da Lei que extingue a escravatura no Brasil, muita gente atribuia a princesa o protagonismo pela liberdade dos negros, retirandos dos verdadeiros protagosnistas, a importancia real naqule conquista.
As organizações negras que ja existiam, foram fortalecidas e ampliadas, mas também se fortaleceu em nossa sociedade a ideologia de que vivia-se em uma sociedade mestiça, totalmente democrática e que os bons sempre seriam reconhecidos e poderiam usufruir de um outro status social.
Com a força das organizacões negras, como a Frente Negra Brasileira, o Teatro Experimental do Negro, a Imprensa Negras, as Irmandades Negras Catolicas e as Comunidades Religiosas Negras, a democracia racial comecou a ser atacada, discutida e finalmente desmascarada, enquanto também se consolidaram críticas relativas a forma como o negro era tratado na sociedade, questionando em primeiro lugar as festividades do Treze de Maio, que após a queda do Mito da Democracia Racial, se tornou o Dia de Denúncia Contra o Racismo.
Para as elites escravistas, ainda tão ofendida o fim do trabalho escravo, e que se manteve ainda escravista ate a decada de 70, com a legislação do trabalho rural e das domésticas, o Treze de Maio se tornou um dia de homenagear a bondade da princesa.
Tinha até piadinha, que corria solta né entre as pessoas": " negão, negão, se não fosse a princesa isabel..."
Então, neste momento de pós-eleição, onde se vê que o racismo recrudesceu, que o racismo tá estampado nas postagens das mídias sociais, nas caras de pessoas que são adeptas de um determinado pensamento, de uma determinada ideologia, e que essa ideologia acabou se consagrando vencedora no pleito eleitoral este ano.
Este Mês da Consciência Negra tem uma importância especial para o coletivo dos movimentos sociais, não só aqueles que lutam contra o racismo, mas todos os coletivos que buscam a construção de uma sociedade melhor, com mais direitos e menos perversidade, menos ódio.
As atividades deste ano, representam, neste momento, essa resistência, pelas pessoas que acreditam no sonho de um Brasil desenvolvido, um de um país moderno, mas conservando suas tradições, sua cultura e preservando suas riquezas, seu meio ambiente e principalmente seu povo, em todas as suas diferenças.
Texto = Margareth Ferreira
Advogada e Presidente do
CENIERJ