sexta-feira, 16 de março de 2018

Direção dos tiros contra Marielle reforça hipótese de ataque premeditado.





 Uma execução premeditada, ligada à atividade política da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), é investigada pela Polícia Civil do Rio como hipótese para explicar o assassinato da parlamentar quarta-feira (14). Ela foi morta com três tiros na cabeça e um no pescoço quando ia para casa, de carro, com o motorista Anderson Gomes, de 39 anos, assassinado com três tiros pelas costas. Uma assessora, que estava ao lado de Marielle, sobreviveu e prestou depoimento à polícia. 
"Uma das possibilidades, sim, é essa da execução. Mas não descartamos ainda outras (possibilidades) até porque o crime aconteceu há 10, 12 horas", disse o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, na manhã de quinta-feira (15). Ele se reuniu com o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), o delegado Fábio Cardoso, que está assumindo a Divisão de Homicídios, e Gineton Lages, titular da Delegacia de Homicídios
 Antes de ser morta, Marielle foi a uma reunião de mulheres negras na Lapa, no Centro. Saiu por volta das 21h30, acompanhada de Gomes e da assessora. Elas se sentaram no banco de trás e Gomes ficou no volante. O veículo seguia para a casa de Marielle, na Tijuca, Zona Norte.
 Na altura da Praça da Bandeira, na Rua Joaquim Palhares, um Chevrolet Cobalt prata emparelhou à direita do veículo em que Marielle seguia. Um dos ocupantes disparou nove vezes contra a parlamentar, atingindo o vidro e parte da porta traseira direita do automóvel.
 O carro onde estava a vereadora andou mais alguns metros, e os assassinos fugiram. Marielle e Gomes morreram imediatamente. A assessora foi atingida só por estilhaços e prestou depoimento ainda de madrugada, por cinco horas. 
 Outra testemunha, alguém que passava pelo local na hora do ataque, também teria prestado depoimento. A arma usada no crime foi uma pistola 9 milímetros, segundo a perícia, que recolheu cartuchos no local do crime. A polícia acredita que o carro foi seguido pelo veículo onde estava o assassino desde que ela saiu da reunião na Lapa. 
 O motivo é que, embora os vidros do automóvel de Marielle estivessem cobertos por película escura, os bandidos pareciam saber exatamente onde ela estava sentada - a vereadora não costumava ir atrás. Foi na direção daquele ponto que os disparos foram feitos. A exatidão dos tiros também chamou a atenção dos investigadores.
 Imagens de câmeras mostram que um ficou carro parado por duas horas perto de onde Marielle participava do evento. Esse automóvel teria saído quando o veículo de Marielle deixou o local. 
Fonte:Jornal do Brasil

quinta-feira, 15 de março de 2018

Crime contra Marielle tem 'características nítidas' de execução, diz Freixo


O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse no final da noite desta quarta-feira (14) que o crime contra a vereadora Marielle Franco, na região central do Rio, tem "características nítidas" de execução. De acordo com o deputado, porém, nem parentes nem amigos tinham informações de que Marielle estivesse sofrendo ameaças. 
"As características são muito nítidas de execução. Queremos isso apurado o mais rápido possível", disse Freixo ainda no local do crime. 
A vereadora foi morta a tiros na noite desta quarta dentro de um carro quando ia de um evento na Lapa, no centro do Rio, para sua casa, na Tijuca (zona norte). O motorista do veículo também foi assassinado.
"É completamente inadmissível. Uma pessoa cheia de vida, cheia de gás, uma pessoal fundamental para o Rio de Janeiro, brutalmente assassinada. É um crime contra a democracia, contra todos nós, não podemos deixar que isso se naturalize", afirmou Freixo.
Outros correligionários se manifestaram sobre o crime. O deputado federal Chico Alencar (RJ) lamentou a tragédia. "Tem de apurar séria e rapidamente porque isso pode ser o início de uma escalada sem tamanho, de um caos", afirmou.
Chico Alencar pretende viajar nesta quinta-feira (15) de Brasília até o Rio para acompanhar os desdobramentos do assassinato. Para ele, uma das linhas de investigação deve ser a de execução, principalmente por causa das denúncias feitas pela colega. Em nota, o Psol disse ter sido um "crime hediondo". 
Luto
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), decretou luto oficial de três dias. "Não vamos deixar que sua trajetória seja esquecida, não permitiremos que esse crime fique impune", disse. Já o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) disse que o crime foi um ato de "extrema covardia".
Em nota, o Palácio do Planalto informou que vai acompanhar toda a apuração. Segundo o texto, o ministro da Segurança, Raul Jungmann, falou com o interventor, general Braga Netto, e "colocou a Polícia Federal para auxiliar em toda a investigação"
Indignação
O sociólogo Renato Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileira de Segurança Pública, defendeu que a Polícia Federal entre imediatamente na apuração do crime. "Estou absolutamente chocado, a morte de Marielle Franco é mais um sinal da banalização da violência que toma conta do País e que nos faz reféns do medo. O mínimo que se espera do interventor é uma apuração rigorosa e transparente do episódio. Não podemos aceitar que o caso não seja rapidamente esclarecido. O interventor tem diante de si um dos seus maiores desafios desde que a medida foi adotada, não deixar esta morte impune. Tudo indica que foi uma execução."
A advogada criminalista Maíra Fernandes, membro do Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher, acredita na hipótese de execução. "Marielle era a nossa esperança na política", lamentou. "Eu a conheci há quase duas décadas: sempre nas mais importantes lutas, coerente, aguerrida, corajosa. Tínhamos muitos planos para ela. Esse seria o primeiro mandato de muitos. Tinha um caminho enorme pela frente. Não consigo acreditar", lamentou. 
"Mulher, negra, lutadora contra as desigualdades e a violência. Teve uma votação surpreendente, em 2016. Ela passou esta semana denunciando violações praticadas pela PM em Acari. Temos estado juntos na longa militância. Estive com ela dois dias antes de viajar, semana passada. Faltam palavras para expressar o horror e mal posso imaginar o que se passa na cabeça de sua filha e de sua família. E o motorista, sua família, um trabalhador inocente, honrado?", escreveu o cientista social Luiz Eduardo Soares em seu perfil no Facebook. 
OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ) cobrou "imediata e rigorosa apuração do crime". "A OAB-RJ não vai descansar enquanto os culpados não forem devidamente punidos. Os tiros contra uma parlamentar eleita e em pleno cumprimento do mandato atingem o próprio Estado democrático de Direito", afirmou o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz.
Em nota, a Anistia Internacional pediu investigação imediata e rigorosa do assassinato da vereadora. "Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco", escreveu a entidade.

Fonte: jb.com.br

terça-feira, 13 de março de 2018

Delegado da Polícia Civil chefe das especializadas do Rio é preso pela Operação Lava Jato




 
O diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada do Rio, delegado Marcelo Luiz Santos Martins, foi preso preventivamente durante operação da Lava Jato do Rio desta terça-feira (13) denominada Pão Nosso. Ele é acusado de participar de um suposto esquema de desvio de dinheiro público em contratos da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (SEAP).
 Segundo o pedido de prisão do Ministério Público Federal (MPF), Marcelo e o seu pai, Carlos Mateus Martins, que também foi alvo de prisão preventiva, atuaram no esquema por meio da empresa Finder Executive Consulting, em que são sócios. 
 A empresa teria ajudado a lavar dinheiro oriundo do esquema de fraudes em contratos de fornecimento de alimentação (quentinhas, café da manhã e lanches) para os mais de 50 mil presos do Estado.
 O MPF sustenta ainda que Marcelo "possuía estreita ligação" com Ary Ferreira da Costa Filho, um dos operadores financeiros do suposto esquema do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB). As conclusões partiram de depoimentos de outro operador de Cabral, Carlos Miranda, que fechou delação premiada. Miranda afirmou que conheceu "Marcelinho" por meio d Ary e que este lhe afirmou que fazia pagamentos mensais ao delegado no valor de R$ 5 mil.
 De acordo com o depoimento, Ary apresentou o delegado a Miranda como sendo policial e que seria uma pessoa na polícia com quem poderia contar em eventual necessidade. De acordo com o MPF, como delegado da polícia civil, Marcelo ainda auxiliava organização criminosa dando-lhe o apoio na área.
 O chefe da especializadas tem o papel de comandar a elite da Polícia Civil do Rio, como a Coordenadoria de Recursos Especial (CORE), principal força tática do órgão e outras 26 delegacias. Quando o esquema operou, Marcelo ainda não ocupava o cargo.

 Além de Marcelo e o seu pai, há outros 12 mandados de prisão, entre eles o do ex-secretário estadual de Administração Penitenciária (Seap) e coronel da Polícia Militar, Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, e o ex-secretário adjunto de tratamento penitenciário, Marcos Vinicius Lips. As ordens foram assinadas pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Fonte:Jornal do Brasil

sexta-feira, 9 de março de 2018

Dinheiro recuperado pela Lava Jato no Rio vai para segurança.






 O juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, e o interventor federal na segurança do Estado, general Walter Braga Netto, acertaram nesta quinta-feira (8) que o dinheiro recuperado pela Operação Lava Jato no Rio será usado pela polícia para comprar veículos e equipamentos. Eles combinaram o novo destino do recurso, sequestrado judicialmente em investigações de esquemas de corrupção no Estado, em encontro na Justiça Federal.
 A versão local da Lava Jato já resultou em cinco condenações para o ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB), entre outras, e recuperou mais de R$ 450 milhões. Não foi divulgado quem foi o autor da proposta de uso do dinheiro na segurança nem qual será o valor oferecido.
 Em fevereiro, um acordo da Justiça, dos Ministérios Públicos Federal e Estadual e de autoridades de educação do Rio e do governo federal reservou R$ 15 milhões desses recursos para a reforma de escolas públicas estaduais. Em março de 2017, R$ 250 milhões recuperados pela Justiça foram usados para quitar o 13º salário de 2016 de pouco mais de 140 mil servidores aposentados.
Tiroteio
 Dois homens morreram baleados perto da Praça São Salvador, em Laranjeiras, zona sul do Rio, na noite de quarta-feira, dia 7. Identificados apenas como Leo e Piu, eles foram atingidos por pessoas que passaram, em um carro, atirando. 
 Dezenas de pessoas testemunharam o ataque. O crime causou pânico no local, reduto boêmio carioca. Um taxista foi atingido por uma bala perdida, mas sobreviveu. Os atiradores fugiram e não haviam sido identificados até a tarde de ontem.
 A polícia suspeita que o crime tenha como causa uma disputa entre criminosos que integram quadrilhas rivais e controlam a venda de drogas nas favelas Cerro Corá, no Cosme Velho, e Pereira da Silva, em Laranjeiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte:Jornal do Brasil

MPRJ entra com ação contra ex-prefeito de Cabo Frio, RJ, por improbidade administrativa



O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o ex-prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa (PP). O processo foi distribuído para a 2ª Vara Cível de Cabo Frio na última sexta-feira (2).

Segundo a ação, nos anos de 2015 e 2016, o então prefeito deixou de aplicar recursos em ações de manutenção e desenvolvimento do ensino na cidade, não cumprindo o percentual mínimo de 25% sobre a arrecadação municipal de impostos próprios e de transferências, como previsto na Constituição.

De acordo com o Ministério Público, o órgão verificou, a partir de relatórios de execução orçamentária do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que, em 2015, o mínimo de investimento de 25% da receita de impostos em educação somente foi cumprido no último bimestre daquele ano.

Ainda segundo o MPRJ, em 2016 os repasses para a educação municipal ficaram muito aquém do valor constitucionalmente previsto. Tendo sido a arrecadação líquida de impostos de Cabo Frio da ordem de R$ 260 milhões, o repasse no percentual de 25% deveria ter sido de R$ 65 milhões. No entanto, neste exercício, só foi destinada à educação pública a quantia de R$ 31,7 milhões, o que corresponde a apenas 12,21% da receita de impostos, portanto, menos da metade do mínimo permitido.

"A não aplicação dos recursos destinados à educação é a causa determinante do sucateamento na prestação do serviço público pelo município, impactando diretamente a sua qualidade, na medida em que não há qualquer investimento no setor – em infraestrutura, transporte e alimentação escolar, chegando mesmo à falta de professores e de pagamento de profissionais, fatos que vêm sendo investigados", informou o órgão.

De acordo com o Ministério Público, o não repasse de mais de R$ 33 milhões à educação configura subfinanciamento doloso e deliberado. "A eventual alegação de crise financeira como justificativa não é aceitável, uma vez que os recursos são constitucional e legalmente assegurados, tratando-se de verba vinculada que não pode ser destinada para outras áreas", disse o MPRJ.

Fonte: g1.com

terça-feira, 6 de março de 2018

Operações contra milícias apreendem armamento pesado e material policial





Duas operações policiais realizadas em diferentes pontos do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (5) contra milícias apreenderam fuzis, pistolas e granadas, além de levar à prisão, ao todo, oito pessoas.
 Em Sepetiba, na Zona Oeste da capital, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco/IE), com apoio de agentes da Polícia Judiciária da Força Nacional de Segurança Pública, atuou contra milícia nos bairros de Santa Cruz e Paciência. Um homem foi preso, dois fuzis apreendidos e dois veículos foram recuperados.
 Além do armamento sofisticado - um fuzil G3, um fuzil FAL e uma pistola Glock calibre .40 adaptada com kit rajada -, os agentes apreenderam fardas da Polícia Militar, camisas da Polícia Civil, réplicas do fardamento camuflado utilizado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e adesivos falsos para viaturas da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core).
 Parte do material e um fuzil foram apreendidos em uma casa. Em outra residência, além do armamento e fardas falsas, os agentes prenderam Leandro de Oliveira Silva, conhecido como Teco. Ele é um dos suspeitos de matar policiais civis da Delegacia de Homicídios da capital em Santa Cruz, em novembro passado.
Segunda operação
 Agentes da Corregedoria Interna da Polícia Militar prenderam sete milicianos que atuavam na Baixada Fluminense, sendo que um deles se identificou como fuzileiro.
 Eles estavam na estrada Gonçalves Dias, em Nova Iguaçu, com dois fuzis calibre 5,56 mm, sete pistolas, uma granada, além de dois carros roubados, que foram recuperados. A ocorrência foi registrada no 53° Distrito Policial.
Fonte: Jornal do Brasil

sexta-feira, 2 de março de 2018

Região dos Lagos recebe reforço orçamentário para o tratamento contra o câncer




Região dos Lagos do Rio vai receber dos governos Federal e Estadual um reforço no orçamento para o tratamento contra o câncer a partir deste mês. O Onkosol, centro de referência contra a doença, atende 1.255 pacientes de Cabo Frio e de outras sete cidades da região e contará com cerca de R$ 450 mil por mês.

Metade do valor será financiada pelo Ministério da Saúde (MS) e a outra parte pela Secretaria de Estado de Saúde.

O secretário estadual de saúde, Luiz Antônio de Souza Teixeira Junior, informou os números durante uma audiência pública nesta quinta-feira (1º). Além do valor de R$ 225 mil do Governo Federal, está previsto um repasse anual de R$ 1,6 milhão que foi publicado em uma portaria do MS em dezembro de 2017.

"Essa soma de esforços é uma conquista importante para toda a Região dos Lagos. Os valores federais, mesmo com a portaria, não são suficientes. Por isso, o Governo do Estado está oferecendo recursos próprios para ofertar um tratamento digno à população da região", afirmou o secretário.

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, deputada Enfermeira Rejane (PC do B), disse que apesar do investimento do estado, acredita que a verba é insuficiente para atender a demanda esperada.

“Essa é uma vitória parcial. A gente avança uma unha, mas precisa de um braço inteiro para consolidar o trabalho. Ainda está abaixo do valor necessário para que os pacientes sejam transferidos para Cabo Frio. Ainda precisamos de muito diálogo para minimizar o sofrimento dessas pessoas”, defendeu a parlamentar.

Já a presidente do grupo de apoio Amigos da Mama de Cabo Frio, Ângela Toledo, falou da importância de investir na unidade para que os pacientes não precisem ir até Campos ou para a capital para serem atendidos.

“Quando o paciente precisa se deslocar horas com a imunidade baixa, o tratamento é muito mais agressivo. Com o atendimento local, o processo se torna mais ameno. Não tem razão para sacrificar o paciente desse jeito”, afirmou Ângela.

Fonte: g1.com