Uma execução premeditada, ligada à atividade
política da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), é investigada pela
Polícia Civil do Rio como hipótese para explicar o assassinato da parlamentar
quarta-feira (14). Ela foi morta com três tiros na cabeça e um no pescoço
quando ia para casa, de carro, com o motorista Anderson Gomes, de 39 anos,
assassinado com três tiros pelas costas. Uma assessora, que estava ao lado de
Marielle, sobreviveu e prestou depoimento à polícia.
"Uma das possibilidades, sim, é essa da execução. Mas não
descartamos ainda outras (possibilidades) até porque o crime aconteceu há 10,
12 horas", disse o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, na
manhã de quinta-feira (15). Ele se reuniu com o deputado estadual Marcelo Freixo
(Psol), o delegado Fábio Cardoso, que está assumindo a Divisão de Homicídios, e
Gineton Lages, titular da Delegacia de Homicídios
Antes de ser morta, Marielle foi a uma reunião
de mulheres negras na Lapa, no Centro. Saiu por volta das 21h30, acompanhada de
Gomes e da assessora. Elas se sentaram no banco de trás e Gomes ficou no
volante. O veículo seguia para a casa de Marielle, na Tijuca, Zona Norte.
Na altura da Praça da
Bandeira, na Rua Joaquim Palhares, um Chevrolet Cobalt prata emparelhou à
direita do veículo em que Marielle seguia. Um dos ocupantes disparou nove vezes
contra a parlamentar, atingindo o vidro e parte da porta traseira direita do
automóvel.
O carro onde estava a
vereadora andou mais alguns metros, e os assassinos fugiram. Marielle e Gomes
morreram imediatamente. A assessora foi atingida só por estilhaços e prestou
depoimento ainda de madrugada, por cinco horas.
Outra testemunha, alguém que passava pelo
local na hora do ataque, também teria prestado depoimento. A arma usada no
crime foi uma pistola 9 milímetros, segundo a perícia, que recolheu cartuchos
no local do crime. A polícia acredita que o carro foi seguido pelo veículo onde
estava o assassino desde que ela saiu da reunião na Lapa.
O motivo é que, embora os
vidros do automóvel de Marielle estivessem cobertos por película escura, os
bandidos pareciam saber exatamente onde ela estava sentada - a vereadora não
costumava ir atrás. Foi na direção daquele ponto que os disparos foram feitos.
A exatidão dos tiros também chamou a atenção dos investigadores.
Imagens de câmeras mostram que um ficou carro
parado por duas horas perto de onde Marielle participava do evento. Esse
automóvel teria saído quando o veículo de Marielle deixou o local.
Fonte:Jornal do Brasil