A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Rio,
denunciou o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, por corrupção, lavagem
de dinheiro e organização criminosa. O ex-governador Sérgio Cabral e mais onze
investigados também são acusado por crimes como corrupção e/ou lavagem de
dinheiro. A informação foi divulgada pelo Ministério Público Federal nesta
terça-feira, 27
Diniz foi preso na
Operação Jabuti, que revelou mais um braço da Organização Criminosa comandada
por Cabral no Rio de Janeiro. Como presidente da Fecomércio, segundo a
força-tarefa, ele teria sido responsável pelo desvio de pelo menos R$ 10
milhões dos cofres públicos.
Para a Lava Jato,
"Orlando Diniz é detentor de poder político e econômico, como gestor do
sistema Fecomércio/Sesc/Senac no Rio, conta com orçamento anual de cerca de R$
1 bilhão, e possui estreitas ligações com Cabral".
"Não por acaso é vizinho do ex-governador no luxuoso prédio
do Leblon, na Rua Aristides Espíndola, e no conhecido Condomínio Portobello, em
Mangaratiba, apesar de ter negado essa relação estreita e ate mesmo a relação
de vizinhança em seu interrogatório prestado perante a autoridade
policial", afirma a força-tarefa.
A denúncia aponta que o
presidente da Fecomércio "valeu-se por diversas vezes do esquema de
lavagem de dinheiro que tinha a frente os operadores financeiros de Cabral,
ocultando e dissimulando a origem ilícita de mais de R$ 3 milhões". A Lava
Jato indica que Diniz desviava recursos públicos federais do orçamento do Sesc
e do Senac e que, a pedido do ex-governador, contratou funcionários
"fantasmas" em um esquema que movimentou quase R$ 6 milhões.
Desde 2003, Diniz
contratou, a pedido de Cabral, diversas pessoas como funcionários
"fantasmas", ou seja, que recebiam salários mas nunca prestaram
serviços para o Sesc ou o Senac, ou prestavam serviços no interesse particular
do ex-governador.
"Os elementos colhidos já apontam para a conclusão de que
Sérgio Cabral, no exercício do seu mandato como governador ou a pretexto de
exercê-lo, solicitou e aceitou vantagens indevidas para si e para outrem, para
exercer o seu cargo com especial atenção para os interesses privados do
presidente da Fecomércio. Orlando Diniz, por sua vez, ofereceu vantagens
indevidas para determinar o referido agente público à prática de atos de
ofício, legítimos ou não", pontuam os procuradores da força-tarefa,
Eduardo El Hage, Fabiana Schneider, Felipe Bogado, José Augusto Vagos, Leonardo
de Freitas, Marisa Ferrari, Rafael dos Santos, Rodrigo Timóteo, Sérgio Pinel,
Stanley Valeriano da Silva e Almir Teubl Sanches.
Na denúncia apresentada
hoje Orlando Diniz é acusado de cinco crimes de corrupção ativa, dois de
lavagem de dinheiro e crime de organização criminosa. Cabral é apontado por
cinco crimes de corrupção passiva, dois de lavagem de ativos. Outros
denunciados por lavagem de dinheiro são: Ary Filho, Carlos Miranda, Jaime Luiz
Martins, João do Carmo Monteiro Martins e Manuel João Pereira. Também são
denunciados por corrupção: Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, Ary
Ferreira da Costa Filho, Sérgio Castro de Oliveira, Sônia Ferreira Baptista,
Carla Carvalho Hermansson, Ione Brasil Macedo e Gladys Silva Falci de Castro
Oliveira.
Os procuradores da Lava
Jato também vão abrir novas investigações para apurar outras irregularidades,
como os pagamentos que Diniz passou a fazer por serviços pagos pela Sesc ou
Senac sem licitação ou comprovação de que foram realizados em proveito das
finalidades dessas instituições, seus beneficiários ou servidores.
Fonte:Jornal do Brasil
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