quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Gratidão e Felicidade nos resume! Mais de 15.000 visualizações .




Nossos agradecimentos a todos que leem nosso blog e aqueles que fizeram sugestões de temas ou perguntas perspicazes e nos apoiaram desde o primeiro dia. 

Queremos construir  para os leitores que acompanham o blog  do Jornal Objetivo um espaço democrático, respeitoso, acolhedor, rico em informações e discussões, onde todos se sintam à vontade para opinar, discordar, concordar, acrescentar, criticar, enaltecer, etc. E que todos aprendam que podemos fazer uma discussão de alto nível com respeito. Também agradeço pelas críticas que recebemos. Procuramos sempre aprender com elas para melhorar ainda mais o nosso trabalho aqui no blog.

Por fim, agradecemos imensamente a cada um de vocês.

Att.

Redação Jornal Objetivo- RJ


Cabral insinua que Pezão é responsável por corrupção em obras


O ex-governador Sérgio Cabral insinuou, em depoimento nesta terça-feira (5) ao juiz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que o governador Luiz Fernando Pezão seria o responsável pelos casos de corrupção na Secretaria estadual de Obras. Antes de ser governador, Pezão foi nomeado por Cabral para a pasta e recebeu autonomia para fazer nomeações.
"Eu nunca indiquei nenhum membro da secretaria de Obras. O meu então vice-governador Pezão foi nomeado por mim secretário de Obras. E, do mesmo jeito como nas demais pastas, eu dei autonomia a ele para que nomeasse a sua equipe. Ele trouxe o Hudson Braga para ser subsecretário. E eu não o conhecia. A primeira vez que tive contato com ele. Segundo o ex-governador, a obra do Maracanã foi bem-sucedida e o estádio, diferentemente de outros projetos que resultaram em elefantes brancos, tem sido bastante utilizado. Ele criticou o governo do Rio de Janeiro comandado por Pezão. "Só não tem mais uso porque o atual governo não soube solucionar o problema da concessão que surgiu da crise da Odebrecht. Se tivesse sido chamado o segundo colocado da licitação [para assumir a gestão], talvez ele tivesse mais uso do que tem hoje". A empresa francesa Lagardère é a que apresentou a segunda melhor proposta para o Maracanã.
O ex-governador defendeu ainda o ex-secretário de governo Wilson Carlos. "Nunca nomeou ninguém na Secretaria de Obras. Ele é responsável por salvar muitas vidas. (...) Ele criou a Operação Lei Seca, criou a Lapa Presente. É um grande executivo. Não tinha nada a ver".
O depoimento ocorreu no âmbito da Operação Crossover, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, em que o Ministério Público Federal (MPF) denuncia 20 pessoas. Sérgio Cabral é apontado como líder de uma organização criminosa que arrecadava propina durante o período em que ele foi governador. Em outros três processos, Cabral já foi condenado em primeira instância com penas que somam 72 anos de prisão. Atualmente, ele está na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. foi dentro do governo", disse Cabral, que depôs sobre fraudes e propinas nas obras do Maracanã.

Fonte: jb.com.br

Polícia prende Rogério 157, um dos traficantes mais procurados do Rio.



 As forças de segurança do Rio, com apoio das Forças Armadas, prenderam na manhã desta quarta-feira (6) na favela do Arará, Benfica, um dos traficantes de drogas mais procurados da cidade, Rogério Avelino de Souza, o Rogério 157, da favela da Rocinha, na Zona Sul. Há dois meses, ele provocou uma guerra na comunidade depois de deixar a quadrilha de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha. 
 Nem deu ordens de dentro de um presídio federal fora do Rio, onde está preso desde 2011, para que integrantes de sua quadrilha invadissem a Rocinha com o apoio de homens de outras comunidades, ligados à mesma facção criminosa. 
 Após a prisão desta quarta-feira (6), moradores da Rocinha relataram em redes sociais um tiroteio na favela. Rogério era chefe do tráfico na comunidade e, após deixar a facção Amigo dos Amigos (ADA) e se aliar ao Comando Vermelho (CV), tomou a parte alta da Rocinha. O tiroteio seria entre as quadrilhas rivais. 
 A Polícia Militar reforçou o policiamento na comunidade. Policiais do Comando de Operações Especiais (COE) já estão na Rocinha, incluindo homens do Batalhão de Operação Rogério 157 foi preso na comunidade do Arará, onde estava escondido. A favela vive uma guerra pelo tráfico de drogas há mais de um mês. Recentemente, bandidos armados tentaram furar um bloqueio em frente ao Arsenal de Guerra do Exército, na zona portuária, e quatro deles acabaram mortos no confronto com os militares. A barricada com mais de 100 homens do Exército foi montada no local para evitar que traficantes tentassem invadir o paiol de armas e munições do Exército. Em outra ação mais recente, homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar mataram sete criminosos no Arará e apreenderam 14 fuzis.
 Rogério 157 é levado para a Cidade da Polícia, no bairro do Jacaré, onde será apresentado pela Polícia Civil, que vai detalhar como chegou ao traficante.

                                                                                   Fonte: Jornal do Brasil   

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Percentual de famílias endividadas tem quinta alta consecutiva


O percentual de famílias endividadas alcançou 62,2% em novembro de 2017, com aumento de 0,4 ponto percentual na comparação com outubro. Este foi o quinto mês seguido de altas no indicador, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira (4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Peic aponta ainda um recuo no percentual de famílias inadimplentes.
Além de ser a quinta alta consecutiva no indicador, também houve incremento de 0,6 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado, quando o indicador alcançava 59,6% do total de famílias.
Para a economista da CNC, Marianne Hanson, “a taxa de desemprego ainda bastante alta ajuda a explicar a dificuldade das famílias em pagar suas contas em dia e o pessimismo elevado em relação à capacidade de pagamento”.
Inadimplência
Apesar da alta do percentual de famílias endividadas, a proporção daquelas com dívidas ou contas em atraso diminuiu em novembro, atingindo 25,8% das famílias, ante 26% em outubro. A segunda queda mensal consecutiva do indicador acontece após ele ter alcançado o maior patamar do ano em setembro (26,5%). Na comparação com novembro de 2016, entretanto, houve alta de 1,4 ponto percentual.
A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou estável em 10,1% entre outubro e novembro, embora tenha apresentado alta em relação aos 9,5% de novembro do ano passado.
Nível e prazo de endividamento
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor aponta estabilidade no percentual de famílias que se declararam muito endividadas, que permaneceu em 14,6% do total. Na comparação anual, a variação foi de apenas 0,1 ponto percentual.
Já o percentual de famílias pouco endividadas teve leve alta de 0,9 ponto percentual na comparação mensal: passou de 24,5% para 24,6% do total de entrevistados – o que também indica estabilidade. Em relação ao mesmo período do ano passado este aumento foi de 0,6 ponto percentual.
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,2 dias em novembro deste ano, superior aos 63,3 dias de novembro de 2016. “Em média, o comprometimento com as dívidas das famílias foi de 7,1 meses, sendo que 32,3% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 23,8% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas”, apurou a pesquisa.
Segundo a CNC, para 76,9% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido de carnês (16,7%) e financiamento de carro (10,4%).
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores.

Fonte: jb.com.br

Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira deixam prisão no Rio.


Dono e sócio de empresas de ônibus, Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), Lélis Teixeira, deixaram a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. O alvará de soltura foi recebido no fim da noite e por volta das 23h ambos deixaram a prisão, confirmou hoje (3) a Secretaria de Administração Penitenciária.
 Os investigados foram beneficiados por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (1). A defesa de Barata elogiou a decisão do Supremo e afirmou que a determinação do ministro  “comprova que o STF é o guardião maior das garantias individuais".
Solto pela terceira vez
 Esta é a terceira vez que Gilmar manda soltar Barata. Em agosto, o ministro deu habeas corpuspara o empresário, conhecido como "Rei do Ônibus", derrubando decisões do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio e responsável pela 1ª instância da Lava Jato.
 Gilmar Mendes considerou que as ordens de prisão preventiva confrontavam habeas corpusque já havia sido deferido anteriormente, por ele mesmo, ao empresário.
“Tenho que a decisão do juízo de origem sugere o propósito de contornar a decisão do STF. Dado o contexto, é viável conceder ordem de ofício, suspendendo a execução de ambos os decretos de prisão em desfavor do paciente. Tenho que o contexto impõe a desconstituição da decisão que decretou a nova prisão preventiva. Ante o exposto, revogo a prisão preventiva decretada”, escreveu o ministro em sua decisão sobre Barata, praticamente repetindo o argumento na decisão sobre Lélis.
 Barata e Lelis foram presos no dia 14 de novembro, na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato, que investiga o pagamento de propinas pelas empresas de transporte a políticos.
 Os dois foram levados para a Cadeia Pública José Frederico Marques, onde também estão o ex-governador Sérgio Cabral e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, além de outros políticos e assessores do grupo político do PMDB fluminense.
Fonte: Jornal do Brasil


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

POR FERNANDO GABEIRA: O choro privilegiado



Há coisas na democracia brasileiro que não entendo bem. Uma delas é essa possibilidade que o Supremo dá ao ministro com voto vencido de pedir vista e adiar a decisão da maioria. Talvez essa dificuldade se explique pelo fato de ter uma experiência parlamentar, na qual defendi causas minoritárias.
No Parlamento, depois que a maioria se manifesta, o resultado é proclamado e só resta ao perdedor fazer uma declaração de votos, o direito de espernear, como dizíamos no plenário. Daí não entendo por que o ministro Dias Toffoli pode adiar a proclamação de um resultado indiscutível numericamente. Tenho a impressão de que, se me fosse dada a chance de bloquear uma decisão majoritária, hesitaria.
De certa forma, eu me sentiria numa brincadeira que perdeu a graça. Se a maioria não consegue impor uma decisão majoritária, acaba despertando certa compaixão pela sua fragilidade.
Os defensores do foro privilegiado já perderam a batalha. Deveriam contentar-se com o choro e abrir mão de manobras protelatórias. Adiar a decisão apenas atrasa uma experiência que já foi decidida, no debate pela imprensa, nas redes sociais, nos movimentos cívicos e nas pesquisas de opinião.
Um grupo minoritário de ministros do Supremo não pode decidir o que é melhor para nossa experiência democrática. No Brasil, o atraso é tão entranhado nos costumes que se consagra até o direito de atrasar, que agora está sendo exercido pelo ministro Toffoli.
Mas não é só desejo de voto mais pensado. Ele tem algo articulado com os políticos, os principais interessados em manter o foro privilegiado.
Enquanto o STF pisa no freio, a Câmara se apressa a votar um projeto no mesmo sentido, restringindo o foro privilegiado.
Aí pode entrar um gato: a extensão do foro privilegiado aos ex-presidentes, algo que favorece Temer, Lula e Dilma, até Collor, quando deixar o mandato de senador. É realmente algo inédito no mundo: o País que derrubou dois presidentes no período de democratização conclui que devem ser protegidos também depois do mandato.
Durante o mandato presidencial, já são de certa forma blindados. Só podem ser processados por crimes posteriores à sua posse. Assim mesmo, quando são acusados por crimes cometidos durante o mandato, a investigação é submetida à Câmara, onde a maioria é hostil à Lava Jato.
Estamos todos atentos, embora a atenção nem sempre baste para inibir os políticos desesperados. Eles nem se importam mais com as consequências para a democracia.
As coisas podem não ser tão simples como se pensa. Num programa de televisão, Gustavo Franco, ao lançar seu livro sobre a história monetária no Brasil, afirmou que o mercado acha que qualquer dos candidatos favoritos no momento continuará a reconstruir o País.
No caso do PT, o mercado tem esperanças de que, vitoriosa, a esquerda volte a se encontrar com a classe média e abrande sua linha. Não tem sido esse o discurso do PT. Lula afirmou várias vezes que vai estabelecer o controle social da imprensa. Em quase todas as análises, a esquerda conclui que foi derrubada porque não soube radicalizar.
Pelo menos no discurso, o caminho aponta para a Venezuela. Além do mais, tenho minhas dúvidas quanto à reconciliação com a classe média. Acho, sinceramente, muito improvável, mesmo com a ampla admissão dos erros e das trapaças.
No caso de Bolsonaro, tudo indica que caminha para uma visão liberal na economia, dura na repressão ao crime e conservadora nos costumes. É formula que tenta conciliar o avanço do capitalismo com as tradições que ele, naturalmente, dissolve na sua expansão global.
Tanto para os eleitores de Trump como para os de Bolsonaro, há uma força nostálgica em movimento. Voltar atrás, no caso americano, explorando carvão, tentando ressuscitar áreas industriais arruinadas. No caso brasileiro, voltar aos tempos do regime militar, durante o qual não houve escândalos de corrupção nem a violência urbana.
O Brasil de hoje é muito diferente do País dos anos 1960. E também não é o mesmo dos anos 1990, quando o PT chegou ao poder.
O economista Paulo Guedes, que deverá ser o homem da economia na campanha Bolsonaro, afirmou que, ao se encontrarem os dois, uniram-se ordem e progresso. Se entendemos por ordem o combate à corrupção e uma política de segurança eficaz, tudo bem. Mas a eficácia não se mede pelo número de mortos, e sim pelas mortes evitadas. E o progresso? Assim como está no lema da Bandeira, é bastante vago. Muitos o associam ao crescimento econômico.
Mas tanto os marxistas como os liberais tendem a uma visão religiosa do mundo, abstraem a limitação dos recursos naturais, algo que envolve todas as espécies. Num contexto de campanha radicalizada, qualquer das hipóteses terá muita dificuldade em governar um País dividido. E no processo de reconstrução será preciso encontrar alguns pontos que unam a Nação para além de sua clivagem ideológica.
Na sua entrevista ao Roda Viva, Gustavo Franco deu uma pista que me pareceu interessante: ao invés de falarmos tanto em reformas, sempre empurradas com a barriga, por que não buscar uma sociedade de inovação?Essa história de deixar as coisas apodrecendo, mas só mexer nelas em reformas, tem de ser substituída por uma ideia de inovação permanente.
É esse o mundo em que vivemos. Se não nos adaptamos a ele, seremos, de certa forma, engolidos.
A campanha eleitoral ainda nem começou. Fala-se num candidato de centro. De fato, suas chances serão boas. No entanto, na política não se trabalha apenas com chances, mas também com a encarnação da proposta, o candidato.
O PSDB, com Alckmin, fala em choque de capitalismo, algo que vi e ouvi em 98. De choque em choque, vai acabar a energia. Um mesmo empresário alemão levou 56 dias para abrir uma empresa em São Paulo e apenas 24 horas para abrir outra nos EUA. Que tal segurar os fios e experimentar o choque antes de aplicá-lo no País?

Fonte: gabeira.com.br

Brasil é sexto país mais perigoso para transporte de carga




O Brasil ocupa a sexta colocação em um ranking de 57 países em que fazer o transporte de carga é mais arriscado, segundo pesquisa realizada este ano pelo comitê de transporte de cargas do Reino Unido – o Join Cargo Committee. O país só perde para regiões conflagradas e em guerra, como Síria, Líbia, Iêmen, Afeganistão e Sudão do Sul. Os dados foram apresentados durante seminário “Ilegal, e daí?”, realizado pelo jornal O GLOBO, em parceira com Extra, "Valor Econômico" e revista "Época". Para o procurador do Ministério Público Federal José Maria de Castro Panoeiro, as quadrilhas de roubo de carga e contrabando estão estruturadas em cadeias de distribuição, que financiam grupos, organizados como empresas.
— Essa estrutura funciona como se fosse uma empresa. Em geral, ataca-se a ponta, mas isso não resolve o problema porque você prende um receptador que é só uma peça na engrenagem. Você tem que desmontar a máquina, mas precisa de um trabalho de investigação. Hoje, em 90% dos casos, processo criminal é de prisão em flagrante, não tem trabalho investigativo — observa Panoeiro.
O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, Antônio Gustavo Rodrigues, revelou que um dos desafios para enfrentar os cartéis de criminosos é rastrear o dinheiro e o produto da lavagem de dinheiro:


— Tem que haver o casamento da área jurídica com econômica. Nós monitoramos as movimentações suspeitas e transações financeiras, mas nem toda operação suspeita é ilegal e muitas são feitas por grandes empresas constituídas. Quando o recurso entra no banco, é possível rastrear sua origem. Mas o dinheiro vivo é muito difícil de se identificar — ponderou Rodrigues.
Para a presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputada Martha Rocha (PDT), o roubo de cargas no estado se transformou em uma forma de diversificação dos negócios do tráfico de drogas.
— As organizações criminosas estão utilizando o roubo para financiar a compra de armas. Somente este ano, os caminhões que transportam cargas de uma empresa fabricante de biscoito e macarrão, com sede na Pavuna, foram roubados 47 vezes — lembrou a deputada.

CIGARROS: METADE É CONTRABANDEADA

Entre os cinco produtos mais roubados nas estradas do Rio de Janeiro está o cigarro. Neste mercado, a indústria estima que hoje metade do que é vendido no país seja resultante de roubo ou contrabando.
— No Rio, já não entregamos em diversas áreas da cidade. No Rio Grande do Sul, nós fechamos uma fábrica por causa do contrabando, e reduzimos em 30% a compra de fumo e matéria-prima de agricultores. O imposto no Paraguai é de 16%, aqui é de quase 80%. O produto do Paraguai chega aqui com um terço do preço, e 70% dos produtos contrabandeados no Brasil têm origem nesse país vizinho. Além disso, essa prática põe em risco toda política de saúde pública brasileira em relação ao cigarro, na medida em que o produto ilegal tem compostos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) — ressalta Liel Miranda, Presidente da Souza Cruz.
No varejo, o roubo e o contrabando de produtos têm elevado os custos das empresas e aumentado o preço cobrado ao consumidor, ou ainda tem levado ao desabastecimento de algumas áreas da cidade do Rio. Com seu principal centro de distribuição localizado em uma área conflagrada da Zona Norte, o grupo chileno Cencosud, que opera o supermercado Prezunic, calcula um aumento de 400% no número de ataques aos caminhões transportadores de alimentos e produtos, no ano passado.
— Montamos um comitê de crise de prevenção de perdas para coibir o roubo de cargas. Em duas horas, o veículo é abordado e esvaziado para depois ser comercializado em feirões livres. Isso leva ao aumento do custo do frete, necessidade de implementar a segurança privada, mudar janelas de entrega, sistema de comboios de veículos, alteração de rotas. E parte da população opta por comprar produtos mais baratos no mercado ilegal – alerta Marco Aurélio Prometti, diretor do Prezunic.
O procurador do Ministério Público Federal José Maria de Castro Panoeiro defendeu a responsabilidade coletiva na compra de produtos roubados e contrabandeados:
— É reponsabilidade de quem compra e, por isso, é preciso difundir uma cultura da noção de coletivo. Cada um pensa em si, somos individualistas, mas por trás do mercado ilegal está a eliminação do mercado legal — ressalta Panoeiro.beira com Extra, “Valor” e “Época”, tem patrocínio de Enel, Light, Souza Cruz e Sindicom.

Fonte: jb.com.br