O ex-governador do Rio
de Janeiro Sérgio Cabral é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de
receber R$ 16,4 milhões da empresa de materiais médicos Oscar Iskin, em
repasses mensais de até R$ 450 mil por mês. Miguel Iskin foi preso nesta
terça-feira (11), junto com o ex-secretário de Saúde Sergio Côrtes e o
empresário Gustavo Estellita, na Operação Fatura Exposta.
De acordo com
informações da Procuradoria da República no Rio de Janeiro, Cabral recebia 5%
do esquema de fraudes na compra de equipamentos médicos e próteses que
supostamente envolvia também o ex-secretário de Saúde Sergio Côrtes e os
empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita.
Rodrigo Timoteo, procurador do MPF, ressaltou que a investigação
trabalha com o que foi apreendido na casa do operador Luiz Carlos Bezerra,
"fragmentos da realidade". "Então, ela é complexa. Ainda
estamos investigando, mas acreditamos que o prejuízo ainda possa ser
maior", completou.
O ex-governador do
Rio de Janeiro Sérgio Cabral é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de
receber R$ 16,4 milhões da empresa de materiais médicos Oscar Iskin, em
repasses mensais de até R$ 450 mil por mês. Miguel Iskin foi preso nesta
terça-feira (11), junto com o ex-secretário de Saúde Sergio Côrtes e o
empresário Gustavo Estellita, na Operação Fatura Exposta.
De acordo com
informações da Procuradoria da República no Rio de Janeiro, Cabral recebia 5%
do esquema de fraudes na compra de equipamentos médicos e próteses que
supostamente envolvia também o ex-secretário de Saúde Sergio Côrtes e os
empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita.
Rodrigo Timoteo,
procurador do MPF, ressaltou que a investigação trabalha com o que foi
apreendido na casa do operador Luiz Carlos Bezerra, "fragmentos da
realidade". "Então, ela é complexa. Ainda estamos investigando,
mas acreditamos que o prejuízo ainda possa ser maior",
Segundo o MPF, o
esquema de corrupção e de desvios de recursos na saúde pública estadual que
envolve Sérgio Cabral e o ex-secretário Sérgio Côrtes vem desde 2002. Apenas em
2016, o orçamento aprovado para gastos da Secretaria Estadual de Saúde foi de
R$ 6,6 bilhões.
O procurador do MPF
Eduardo El Hage destacou na coletiva de imprensa que, apesar da organização
criminosa utilizar técnicas sofisticadas como a criptografia, Luiz Carlos
Bezerra fazia anotações manuscritas e enviava e-mails a si próprio, em que dava
detalhes das operações. Algumas delas diziam respeito a “Xerife”, nome de umas
das empresas de Miguel Iskin. Os R$ 16,4 milhões apontados pelo MPF dizem
respeito justamente a essas anotações. Por isto, considerando que outras
anotações podem ter sidos destruídas, o "valor pode ser muito maio",
frisou Eduardo El Hage.
Luiz Carlos Bezerra
era um dos operadores financeiros de Sérgio Cabral. Um dos e-mails dele aponta
para entrega de valores em endereço de empresa de Iskin.
De acordo com
Eduardo El Hage, detro do esquema, 1% era direcionado para o colaborador, 2%
para Sérgio Côrtes, 5% para Cabral, 1% para o esquema criminoso (incluindo
pessoas da secretaria), e 1% para representante do TCE (que seria um técnico ou
membro).
As investigações
devem contar agora com a colaboração do TCU, CGU, Cade e ainda com a
colaboração de outros países como os Estados Unidos.
Côrtes e Iskin também
são suspeitos de dividir 40% do valor dos contratos e realizar o depósito em
uma conta aberta no Bank of America, nos Estados Unidos. A conta no Bank
of America é registrada no nome de Miguel Iskin, informou o
promotor Eduardo El Hage, que destacou ainda que os valores em nome de
Iskin seriam de propriedade de Sérgio Côrtes, que teria lavado parte dos
valores colocando o nome de Iskin, para evitar suspeitas.
El Hage também
comentou sobre a tentativa de Sérgio Côrtes de atrapalhar as investigações,
combinando informações com o ex-subsecretário de Saúde Cesar Romero. De acordo
com o procurador, Côrtes procurou Romero e tentou fazer com
que combinassem versões para uma possível delação premiada. Para ele,
Côrtes "meio que confessa a prática de crimes", quando indica temas
que mencionaria em eventual depoimento ao MPF e outros que não gostaria. O
colaborador gravou a conversa e entregou às autoridades.Côrtes teria se oferecido ainda
para pagar os advogados do colaborador. A tentativa de obstaculizar as
investigações, frisou o procurador, é passível de pena.
“Soube que você está fazendo (delação), então não tem jeito, vou
ter que fazer. O ideal é que pelo menos a gente tenha alguma coisa parecida. Se
você falar de abcd e eu falar de cdfg, fodeu, porque a e b eu não falei e fg
você não falou”, diz Romero para Côrtes.
"A gente também pediu a prisão preventiva dele [Sérgio
Côrtes] com base nisso", comentou Eduardo El Hage.
Segundo os procuradores da República, o esquema envolvia um
chamado “clube do pregão internacional”, do qual participam até hoje empresas
que atuam em licitações de forma combinada. Miguel Iskin orientava Côrtes, que
foi secretário de 2007 a 2013, a incluir nos produtos a serem licitados
especificações técnicas restritivas de concorrência. Estellita seria o operador
financeiro de Iskin, de acordo com os procuradores.
O esquema também teria funcionado no Instituto Nacional de
Traumatologia e Ortopedia (Into), instituto federal do qual Côrtes foi diretor
de 2002 a 2006.
Em nota, os advogados do ex-secretário de Saúde afirmaram que
ele "tem todo interesse em elucidar os fatos": "Os
advogados Gustavo Teixeira e Rafael Kullmann, que representam o médico Sérgio
Côrtes, afirmam que seu cliente tem todo interesse em elucidar os fatos
atribuídos a ele e que no momento oportuno provará sua inocência", diz o
comunicado.
A operação desta terça-feira, chamada Fatura Exposta, é um
desdobramento das operações Calicute, que resultou na prisão de Cabral no ano
passado, e Eficiência, que resultou na prisão do empresário Eike Batista neste
ano.
fonte: Jornal do Brasil