A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira
(29), no Estado do Rio Janeiro, uma série de mandados de prisões cautelares,
buscas e apreensões além de bloqueios de bens e valores, na Operação "O
Quinto do Ouro". O presidente da Alerj, Jorge Picciani, é alvo de condução
coercitiva. Ele chegou à Superintendência da Polícia Federal no Rio por
volta das 12h, e saiu às 15h20, sem falar com a imprensa.
A operação teve mais de 43 mandados, a maioria deles na cidade
do Rio de Janeiro, mas também em Duque de Caxias e São João do Meriti. Para
cumprir as ações, quase 150 policiais federais foram destacados.
Os alvos da Operação O Quinto do Ouro são investigados por
fazerem parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter
regularmente desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do
Estado, em especial membros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro
(TCE-RJ) e da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), de acordo com
informações da Polícia Federal. O esquema seria relacionado ao período do
governo de do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso deste o ano
passado.
São alvos de prisão temporária cinco dos sete membros do
Tribunal -- Aloysio Neves, atual presidente; Domingos
Brazão, vice-presidente; José Gomes Graciosa, conselheiro; Marco
Antônio Alencar, conselheiro; e José Maurício Nolasco, conselheiro. Um
ex-integrante do TCE também foi alvo de mandado de prisão, mas o nome dele não
foi divulgado.
As ações, realizadas
desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, foram determinadas pelo
Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por se tratar de uma investigação que tem
como alvos membros de um Tribunal de Contas Estadual, os trabalhos correm sob a
Presidência de um Ministro do STJ, no curso de um Inquérito Judicial.
As informações que embasaram a decisão do STJ tiveram origem
numa colaboração premiada realizada entre dois investigados e a Procuradoria
Geral da República (PGR), entre eles o ex-presidente do órgão, Jonas Lopes
Carvalho. A delação premiada de Jonas Lopes levou à ação contra os
conselheiros em pelo menos dois esquemas de propina, em contrapartida ao
favorecimento na análise de contas e contratos sob fiscalização no Tribunal,
como de empreiteiras e empresas de ônibus que operam no estado do Rio.
Ainda segundo a Polícia Federal, agentes públicos também
teriam recebido valores indevidos para viabilizar a utilização do fundo
especial do TCE/RJ para pagamentos de contratos do ramo alimentício atrasados
junto ao Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro, recebendo para tal uma
porcentagem por contrato faturado.
O nome da operação é uma referência à figura histórica do
“Quinto da Coroa”, um imposto correspondente a 20% que a Coroa Portuguesa
cobrava dos mineradores de Ouro no período do Brasil Colônia. Uma das mais
conhecidas formas de recolhimento, ocorria mediante a obtenção de
"certificados de recolhimento" pelas casas de fundição. Apesar do
rigor na criação de urna estrutura administrativa e fiscal, visando sobretudo a
cobrança dos quintos, o imposto era desviado. Afonso Sardinha, o moço, em seu
documento (1604), declarou que guardava o ouro em pó em vasos de barro. Outro
uso comum era o de imagens sacras ocas para esconder o ouro (daí a expressão
"santo do pau oco").
fonte Jornal do Brasil
Sacode o pé que está cheio de laranja podre...isso não é nada.....
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