quarta-feira, 29 de novembro de 2017

IBGE: 10% concentram 43,4% de toda a renda recebida no Brasil




Em 2016, as pessoas situadas na parcela de 1% dos maiores rendimentos recebiam, em média, R$ 27.085, enquanto a metade de menor renda recebia R$ 747, em um país cujo rendimento médio mensal foi de R$ 2.149. Nesse mesmo ano, os 10% com maiores rendimentos concentravam 43,4% de toda a renda recebida no Brasil.
Os números, que mostram a desigualdade e a concentração de renda no país, integram o módulo Rendimento de todas as fontes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2016, divulgada nesta quarta-feira (29)  pelo IBGE.

Do total de rendimentos, o Sudeste, com R$ 132,7 bilhões, apresentou a maior parcela, superior inclusive à soma das demais regiões, sendo Nordeste (R$ 43,8 bilhões), Sul (R$ 43,5 bilhões), Centro-Oeste (R$ 21,8 bilhões) e Norte (R$ 13,5 bilhões). De acordo com o coordenador de Trabalho e Rendimento, Cimar Azeredo, “essa disparidade é decorrência, basicamente, da concentração de pessoas nessa região, que equivale a 42% do total”.
De todos rendimentos, o Nordeste possui a população com a menor diferença (8,1 pontos percentuais) entre os rendimentos recebidos de todos os trabalhos (35,7%) e os de outras fontes (27,6%). Cimar ressalta que quanto menor for a diferença entre as fontes de rendimento, menos desenvolvida é a localidade: “Trata-se de uma região com mais informalidade no trabalho, o que contribui para taxas de desocupação mais elevadas. Essas características desfavoráveis fazem com que a população precise contar com programas de transferência de renda”.
Rendimento das mulheres é 22,9% menor que o dos homens
Apesar de as mulheres representarem mais da metade da população em idade de trabalhar, os homens preencheram 57,5% dos postos de trabalho. As mulheres receberam, em média, R$ 1.836, o equivalente a 22,9% menos do que os homens (R$ 2.380). O Sudeste teve a maior média de rendimento para homens (R$ 2.897) e mulheres (R$ 2.078), porém teve a maior desigualdade, com as mulheres ganhando 28,3% menos do que os homens.
Na análise por cor ou raça, o rendimento médio de todos os trabalhos das pessoas brancas (R$ 2.810) foi aproximadamente 45% maior do que o das pessoas pretas (R$ 1.547) e pardas (R$ 1.524). Os brancos apresentaram rendimentos 30,8% superiores à média nacional (R$ 2.149), enquanto pretos e pardos receberam, respectivamente, 28,0% e 29,1% menos.
Ao considerar a escolaridade da população ocupada, os trabalhadores com ensino superior completo tinham rendimento médio mensal de R$ 5.189, cerca de três vezes mais do que aqueles com somente o ensino médio completo (R$ 1.716), e cerca de seis vezes acima daqueles sem instrução (R$ 884).
Fonte: IBGE

Ministério Público requisita à Seap imagens da cadeia de Benfica.



 O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, encaminhou ofício ao secretário de Estado de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro, requisitando imagens de vídeo gravadas pelas câmeras instaladas na galeria B da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.
 O pedido especifica o período entre 20h do dia 23 de novembro às 6h do dia 24 de novembro, horário em que o ex-governador Anthony Garotinho diz ter sido agredido por agentes penitenciários.

 No documento, Gussem esclarece que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recebeu informações de possível edição das imagens disponibilizadas pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Fonte: Jornal do Brasil

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Como serão as regras para a eleição de 2018


Com aprovação de projetos de reforma política nesta semana pelo Congresso Nacional, as regras para o pleito do ano que vem estão definidas.






Após meses de negociações, o Congresso Nacional aprovou mudanças nas regras eleitorais, incluindo a criação de uma cláusula de barreira para os partidos terem acesso ao Fundo Partidário e um fundo com dinheiro público para financiamento das campanhas eleitorais. O presidente Michel Temer sancionou com vetos as novas regras.
A um ano das eleições gerais de 2018, o prazo para aprovar alterações nas regras eleitorais valendo para o ano que vem venceu nesta sexta-feira (6).
Outras regras, que já estavam em vigor nas eleições de 2016, foram mantidas, como a duração da campanha eleitoral, de 45 dias.

Data da eleição

O pleito será realizado no dia 7 de outubro de 2018. Nos casos de 2º turno, será realizado no dia 28 do mesmo mês.

Tempo de campanha

A duração da campanha eleitoral será de 45 dias.

Período de propaganda eleitoral no rádio e na TV

O período de propaganda em cadeia de rádio e televisão será de 35 dias.

Horário eleitoral no segundo turno

As emissoras de rádio e televisão têm que veicular dois blocos diários de 10 minutos para cada eleição.

Propaganda 'cinematográfica'

Nas propagandas eleitorais, não poderão ser usados efeitos especiais, montagens, trucagens, computação gráfica, edições e desenhos animados.

Veículo com jingles

Fica proibido o uso de qualquer tipo de veículo, inclusive carroça e bicicleta, no dia das eleições.

Cabos eleitorais

Podem ser contratados como cabos eleitorais um número limite de trabalhadores de até 1% do eleitorado por candidato nos municípios de até 30 mil eleitores. Nos demais, é permitido um cabo eleitoral a mais para cada grupo de mil eleitores que exceder os 30 mil.

Propaganda em carros

Só com adesivos comuns de até 50 cm x 40 cm ou microperfurados no tamanho máximo do para-brisa traseiro. “Envelopamentos” estão proibidos.

Propaganda em vias públicas

Permitidas bandeiras e mesas para distribuição de material, desde que não atrapalhem o trânsito e os pedestres. Bonecos e outdoors eletrônicos estão vetados.

Carro de som

Os carros de som e minitrios só poderão ser usados em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões ou comícios, observado o limite de 80 decibéis, medido a 7 metros de distância do veículo.

Horários de comícios

Comícios de encerramento de campanhas podem ir até as 2h da madrugada. Nos demais dias, das 8h à meia-noite. Nas eleições anteriores, os comícios de encerramento de campanha também deviam acabar à meia-noite.

Adesivos em carros

Serão permitidas, mas só com adesivos comuns de até 50 cm x 40 cm ou microperfurados no tamanho máximo do para-brisa traseiro. “Envelopamentos” estão proibidos.

Participação nas eleições

O partido terá que estar com seu estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até seis meses antes do pleito.

Domicílio eleitoral

O candidato deverá informar o domicílio eleitoral pelo menos seis meses antes das eleições.

Multas eleitorais

As multas podem ser parceladas em até 60 meses, mas desde que a parcela não ultrapasse 5% da renda mensal no caso de pessoa física ou 2% do faturamento de pessoa jurídica. Se passar, o prazo poderá ser ampliado.
Os partidos políticos também poderão parcelar multas eleitorais por 60 meses, mas o valor da parcela não pode passar do limite de 2% do repasse mensal do Fundo Partidário. Nos 90 dias após a publicação da lei, qualquer devedor terá direito a 90% de desconto sobre o valor se pagar à vista.

Cláusula de barreira

Haverá uma cláusula de desempenho nas urnas para a legenda ter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. As regras começam a valer em 2018 e ficarão mais rigorosas gradativamente até 2030.

Candidatura avulsa

Fica vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que a pessoa tenha filiação partidária. A questão, porém está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Arrecadação prévia

Os candidatos poderão começar no 15 de maio do ano eleitoral a fazer a arrecadação prévia de recursos por meio de financiamento coletivo ("vaquinhas") na internet. A liberação dos recursos, porém, fica condicionada ao registro da candidatura. A arrecadação prévia não irá configurar propaganda antecipada.

Limite para doações

Pessoas físicas podem fazer doações até o limite de 10% dos seus rendimentos brutos no ano anterior à eleição.

Recibo para doador na 'vaquinha' online

Será obrigatória a emissão de recibo para o doador relativo a cada doação feita em site de financiamento coletivo, conhecido como “vaquinha”.

Participação em debate

As emissoras de rádio ou televisão que fizerem debates entre candidatos serão obrigadas a convidar os candidatos dos partidos com mais de cinco deputados na Câmara.

Propaganda na internet

Partidos e candidatos poderão contratar o impulsionamento de conteúdos (uso de ferramentas, gratuitas ou não, para ter maior alcance nas redes sociais). Está proibido o impulsionamento feito por pessoa física.

Gastos nas campanhas

·                   Presidente da República: haverá um teto de R$ 70 milhões em gastos na campanha (se houver segundo turno, o limite será de R$ 35 milhões);
·                   Governador: o teto será definido de acordo com o número de eleitores de cada unidade da federação apurado no dia 31 de maio, e poderá variar de R$ 2,8 milhões a R$ 21 milhões;
·                   Senador: o teto será definido de acordo com o número de eleitores de cada unidade da federação apurado no dia 31 de maio, e poderá variar de R$ 2,5 milhões a R$ 5,6 milhões
·                   Deputados federais: haverá um teto de R$ 2,5 milhões;
·                   Deputados estaduais: o teto será de R$ 1 milhão.

Propaganda do TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem que realizar campanha em todo ano eleitoral destinada a incentivar a participação feminina. A campanha também terá que incentivar a participação eleitoral dos jovens e da comunidade negra.
Substituição de candidatos
Fica limitada a substituição de candidatos. O pedido de troca deve ser apresentado até 20 dias antes do pleito (excetuado caso de morte). A foto do candidato será substituída na urna eletrônica.

57ª Feira da Providência começa no dia 29, no Riocentro.



 Considerada um dos principais eventos socioculturais da cidade, a Feira da Providência chega a 57ª edição resgatando um tema cada vez mais necessário no cenário atual do Brasil e do mundo: a esperança. Para isso, foi buscar no cartaz que Ziraldo fez para a 23ª edição do evento, em 1983, a inspiração para a marca da Feira este ano. Cartaz que, em 1983, também inspirou Carlos Drummond de Andrade a escrever sobre o evento em sua coluna no Jornal do Brasil. Na ocasião, o poeta disse: “o cartaz é o próprio anúncio da esperança como anseio profundo da alma, aspiração maior de milhões de seres humanos na hora terrível que o mundo atravessa”. A releitura do desenho do cartunista para o evento deste ano traz a frase 'Esperança de Novo. Sempre'.
 O evento acontece de 29 de novembro a 3 de dezembro, no Riocentro. Cerca de 100 mil pessoas circulam pela Feira da Providência anualmente à procura de um passeio diferente com a família.  O evento que tradicionalmente promove a diversidade cultural através do folclore, artesanato e gastronomia típica do Brasil e do Mundo, este ano inova abrindo espaço para a cultura digital, trazendo influenciadores digitais, concurso de cosplayers (pessoas que representam um personagem utilizando vestuário, maquiagem e interpretação), atrações virtuais e interativas e workshops gratuitos na Arena Esperança.
 Durante os cinco dias de festa o Pavilhão 4 do Riocentro receberá cerca de 200 expositores, que levarão o público a uma viagem cultural com uma grande variedade de artesanato e produtos típicos de 20 países e 10 estados, além de artigos para casa e decoração, moda, beleza, saúde e bem-estar.
 O tradicional Mercado de Importados volta esse ano com mais produtos. Serão mais de 1.000 itens, entre bebidas, chocolates, azeites, enlatados, conservas, artigos para ceia de Natal, a preços especiais. Outro grande sucesso do evento, a área de gastronomia contará com oito restaurantes posicionados de frente para um jardim no Riocentro, com comidas típicas de diferentes regiões do Brasil e do mundo. E não acaba por aí. Além dos Food Trucks e Food Bikes, a gastronomia vegana fará parte da diversidade gastronômica do evento.
Atrações

 No espaço de 25 mil m² o visitante encontrará uma enorme variedade de artesanatos das diferentes regiões do Brasil e do mundo, uma área gastronômica, com comidas típicas nacionais e internacionais, mercado de importados, espaço moda, setor de casa e decoração e ainda uma programação intensa de dança, teatro, música, bate papos com influenciadores digitais no palco cultural e oficinas gratuitas de gastronomia, moda sustentável, beleza e decoração na Arena Esperança.
Fonte: Jornal do Brasil

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Com rombo bilionário, Rio terá de fazer novos ajustes na Previdência


Excluídos da reforma, bombeiros e PMs são 40% do déficit dos estados




As mudanças propostas na reforma da Previdência não serão suficientes para equacionar as contas públicas estaduais, especialmente as do Rio de Janeiro. A nova redação da proposta, apresentada em jantar com parlamentares na noite de quarta-feira, deixou de fora bombeiros e policiais militares, categorias que representam mais de 40% do déficit previdenciário dos estados. Para especialistas, novos ajustes terão de ser feitos após 2019, incluindo a possibilidade de elevação da alíquota de contribuição dos servidores.
O novo texto diz que estados e municípios poderão fazer reformas em seus regimes próprios em um período de até seis meses a partir a aprovação da proposta no Congresso. Caso contrário, as regras da União passam a valer para os servidores estaduais e municipais, sem necessidade de serem submetidas ao crivo de assembléias legislativas ou câmaras de vereadores.
Alíquota maior
Como 2018 será um ano eleitoral, avalia-se que dificilmente os governadores terão espaço político para propor medidas impopulares. Por isso, é esperado que a reforma que for aprovada no Congresso valerá para estados e municípios. Mudanças na idade mínima e no cálculo do benefício vão atingir todos os servidores da ativa, com exceção de algumas categorias, como bombeiros e policiais militares.
— Quanto mais desidratado for o texto (da reforma), maior a necessidade de fazerem ajustes para além de 2019 — afirma Rogério Nagamine, coordenador de Previdência do Ipea.
Para o especialista em finanças públicas Raul Velloso, a atual proposta de reforma é melhor do que nada. No entanto, ressalta, as novas regras mexem na projeção de despesas, não na de receitas. Por isso, diz, os governos estaduais terão que encaminhar a suas assembleias propostas de elevação de contribuição previdenciária, para atacar o déficit também do ponto de vista da arrecadação.
— Os novos governadores devem fazer isso logo no primeiro ano de mandato, quando contam com maior apoio político — afirma Velloso.
No caso do Estado do Rio, a alíquota já subiu de 11% para 14%, para quem está com os salários em dia. Essa foi uma das contrapartidas acertadas com a União para a implementação do plano de recuperação fiscal do estado, que visa a sanar as contas públicas fluminenses. No ano passado, o governo chegou a mandar para a Alerj um pacote de medidas de ajuste que previa uma alíquota adicional temporária de 30%, mas a proposta não foi aprovada.

De acordo com dados do Rioprevidência, a previsão é que o rombo no fundo que paga inativos e pensionistas do Estado do Rio em 2017 chegue a R$ 12 bilhões. Para 2018, a projeção é um pouco menor, com expectativa de déficit de R$ 10 bilhões. Em setembro, o fundo pagou a 158.127 aposentados e 89.404 pensionistas, de acordo com o relatório de transparência mais recente.
Nos cálculos de Nagamine, os efeitos da reforma começarão a ser significativos num prazo de dez anos ou mais, pois afetará apenas as novas concessões de aposentadorias. Um dos pontos do novo texto da reforma que terá implicações diretas para os estados é a obrigatoriedade do regime previdenciário complementar.
Isso significa que os servidores estaduais que se aposentarem após a aprovação da reforma só terão direito ao teto que hoje vigora no INSS (R$ 5.531). Caso queiram receber mais, terão de aderir a um fundo de previdência complementar, nos moldes do Funpresp (fundo complementar dos servidores federais). O mesmo vai se aplicar aos municípios que têm regimes próprios — são pouco mais de dois mil hoje no país.

Previ-Rio: alívio em 2017
O fundo de pensão da Prefeitura do Rio, o Previ-Rio, fechará este ano sem déficit operacional (diferença entre despesas e receitas), que estava previsto em cerca de R$ 600 milhões. De acordo com informações do órgão, diversas medidas adotadas pela atual presidência, como a venda de ativos imobiliários e a regularização de aluguéis, entre outros ajustes, fizeram com que houvesse o equacionamento para este ano.
Os dados, porém, são conflitantes em relação ao informado pela gestão anterior, quando Luiz Alfredo Salomão presidia o Fundo. A estimativa era que o Previ-Rio chegasse com déficit de R$ 2,6 bilhões ao fim deste ano.

Fonte: oglobo.globo.com







Adriana Ancelmo é levada para presídio de Benfica, onde está Sérgio Cabral.


 A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo deixou seu apartamento no Leblon, na Zona Sul do Rio, na noite desta quinta-feira (23), para voltar à cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte da cidade, o mesmo presídio onde seu marido, o ex-governador Sérgio Cabral, cumpre pena por crimes como corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
 Na tarde desta quinta-feira (23), por 3 votos a 2, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) determinaram o retorno de Adriana Ancelmo para o presídio. Acusada de lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito das investigações da Operação Calicute, um dos desdobramentos da Lava Jato, a ex-primeira-dama cumpria prisão domiciliar desde abril.
 O recurso em votação no TRF2 é um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que alega que a concessão do regime domiciliar para a prisão preventiva (ligada à investigação, e não à pena) representa “enorme quebra de isonomia” num universo de milhares de mães presas no sistema penitenciário sem igual benefício.
 Esta é a segunda vez que a Primeira Turma do TRF deliberou sobre a prisão da ex-primeira-dama. Em abril, a maioria dos desembargadores votou pelo retorno de Adriana ao regime fechado. Contudo, a decisão não foi unânime e, conforme previsto na lei processual, a possibilidade do recurso chamado embargos infringentes diante da divergência do colegiado fez com que a advogada pudesse permanecer em prisão domiciliar.
 O Núcleo Criminal de Combate à Corrupção (NCCC) do MPF na 2ª Região (RJ/ES) considerou a prisão domiciliar inadequada e desproporcional. Para o MPF, o interesse dos filhos menores da ré deve ser tão considerado quanto a situação social da família, para a qual trabalham diversos profissionais como babás, professores particulares e orientadores pedagógicos na escola onde estudam. Os filhos contam com a convivência com avós e acesso aos psiquiatras autores de laudos trazidos pela defesa.
“A prisão da ora embargante, a despeito de eventual efeito psicológico no desenvolvimento de seus filhos, não configura perigo maior a eles que o representado à formação de todos os menores cujas mães estão efetivamente reclusas”, afirmam os procuradores regionais do NCC/MPF na 2ª Região. 
 De acordo com o MPF, a prisão preventiva é necessária, entre outros motivos, porque a liberdade da ré compromete a garantia da ordem pública e da instrução criminal, uma vez que torna altamente provável a continuidade da ocultação de patrimônio obtido ilicitamente por ela e pessoas próximas.
 O MPF afirma que o Código de Processo Penal (art. 318) estabelece ser possível a substituição da prisão preventiva pela domiciliar para mães de menores de 12 anos, mas não em todos os casos. O entendimento nesse processo já foi corroborado pelo desembargador federal Abel Gomes, relator das ações da Lava Jato no TRF2, que citou o fato de que a ré fez diversas viagens sem os filhos e a gravidade de sua conduta, como apontaram as investigações.
Fonte:Jornal do Brasil


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Por Fernando Gabeira: A TRAJETÓRIA RIO ABAIXO



Quando menino, vi as luzes do Rio e me apaixonei. A escola nos trouxe para uma excursão a Petrópolis. A professora, generosamente, permitiu que o ônibus avançasse um pouco para nos maravilhar com a visão. Mais tarde, li no romance “Judas, o obscuro”, de Thomas Hardy, uma experiência semelhante: o personagem também admirava a cidade grande longe, fixado em suas luzes.
Assim que minha segurança profissional permitiu, ainda quase adolescente, mudei-me para o Rio, apenas com a mala de roupas, decidido a nunca mais sair. Ao voltar do exílio, apesar do avanço cultural em São Paulo, decidi, ou algo decidiu dentro de mim, ficar. Sei apenas que moro aqui, tive filhas e neto no Rio e não pretendo sair.
Mas a crise que o Rio vive é a mais grave que presenciei. Às vezes, repito aqui a pergunta de Vargas Llosa sobre o Peru, nas primeiras linhas de seu romance “A cidade e os cachorros”: quando é que o Rio se estrepou? É um reflexão que pode começar com a mudança da capital, passar pelas várias experiências de populismo de esquerda para acabar se fixando no encontro do PT com Cabral e toda a sua quadrilha. Entre eles, um coadjuvante de peso: o petróleo.
Às vezes, pergunto se fiz tudo o que poderia para evitar esse desastre. Confesso que, apesar de denunciá-los em várias campanhas, não tinha a verdadeira dimensão da rapina que iriam promover no Rio. Lembro-me que, em 2010, a “Folha de S.Paulo” publicou uma fala em que eu tentava descrever o projeto de Cabral. Comparava-o à tática das milícias que dão segurança a uma determinada área e são livres para cometer crimes. Disse que o instrumento dessa barganha eram as UPPs. A opinião pública ficaria satisfeita e Cabral teria as mãos livres para a pilhagem.
Questionei Cabral em vários debates de TV, sobre corrupção na saúde, politicas sociais etc. Não poderia imaginar que o arrogante adversário gastava R$ 4 milhões mensais com suas despesas particulares. O esquema monstruoso que contou com generosas verbas federais, royalties do petróleo e uma desvairada política de isenção de impostos corrompeu todas as dimensões do governo e talvez mesmo da vida cultural do Rio, entendida num sentido mais amplo.
Cabral caiu com seus asseclas. Em seguida, tombaram os conselheiros do Tribunal de Contas. Começa a cair agora a base de sustentação parlamentar de Cabral, Picciani à frente. O círculo da corrupção estava fechado. Não havia brechas. Era uma trama criminosa perfeita, com todos os seus anéis de legitimação. Nada ficou de pé, exceto sombras do passado, como Pezão e uma Assembleia, com raras exceções, totalmente desmoralizados.
A performance de Pezão como morto-vivo é patética. Ele indicou um deputado para o TCE. O procurador recusou-se a defender essa escolha: era inconstitucional. O procurador foi demitido por defender a Constituição. Felizmente, o deputado indicado por Pezão está para ser preso. Foi indicado ao TCE porque é cúmplice do assalto. A lógica da quadrilha ainda domina o estado. Em outras palavras, o Rio foi arruinado pela maior quadrilha da História, e coube aos remanescentes do grupo reconstruí-lo. Eles não sabem nem querem fazer isto. Seu único objetivo é escapar da Justiça.
No livro “Sobre a tirania”, de Timothy Snyder, o autor mostra 20 lições do século XX. Uma delas pode ser adaptada para o Rio: mantenha a calma quando o impensável chegar. Snyder fala do terrorismo nessa lição. O impensável chegou ao Rio não na forma do terrorismo, mas na ruína profunda de suas instituições. Ele explode na violência cotidiana, crise econômica, desemprego e miséria.
Em outras circunstâncias, a única saída seria uma intervenção federal. Mas o governo de Brasília é também um remanescente do esquema gigantesco que arruinou o país. Não tem força nem legitimidade. A última esperança está na própria sociedade. Uma ilusão a enfraquece: esperar 2018 para realizar a mudança.
Em outros estados, isso pode fazer sentido. Não consigo imaginar como o Rio resistirá a mais um ano de bandidos no poder e a todas as consequências da presença da quadrilha no governo. De que adianta prender deputados como Picciani se a Assembleia está pronta para soltá-los?
No espírito de manter a calma quando o impensável chegar, a sociedade precisa discutir logo não apenas as grandes saídas, mas também a solução emergencial. O problema central é este: o que fazer com as grandes quadrilhas que dominam o estado? Como tomar iniciativas imediatas, para não ter de mudar daqui no futuro próximo? Não tenho resposta pronta. Sei apenas que é preciso enfrentá-los, derrubá-los e substituí-los. Isso precisa ser feito agora.
Já disse no alto de um caminhão de som, em debates e palestras: é insuportável viver num país onde os bandidos fazem a lei. O Rio é o núcleo dramático dessa desgraça nacional.
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Artigo publicado no Segundo Caderno do Globo em 19/11/2017
Fonte: blog/gabeira.com.br

PF prende ex-chefe da Casa Civil do governo Cabral, Régis Fichtner



A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira (23) o ex-chefe da Casa Civil do governo Sérgio Cabral, Régis Fichtner, além do empresário Georges Sadala, suspeito de ser o operador financeiro do esquema montado pelo ex-governador. A prisão faz parte da Operação C'est fini (É o fim, em francês), no Rio de Janeiro, nova fase da Lava Jato.
Além do ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner, a ação de hoje cumpre mandados de prisão contra o empresário Georges Sadala (sócio de uma das empresas que administravam o Rio Poupa Tempo), e os engenheiros Maciste Granha de Mello Filho (presidente da empresa Construtora Macadame LTDA) e Henrique Alberto Santos Ribeiro (ex-presidente do DER no governo Cabral), acusados de favorecimento no esquema de propina de Cabral.
Fichtner foi preso em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, por volta das 6h. Ele é suspeito de ter recebido propina no valor de R$ 1,6 milhão. O ex-dono da Delta Engenharia Fernando Cavendish, que cumpre prisão domiciliar, é alvo de condução coercitiva e já foi levado para a sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, no Centro do Rio. Ele estava em sua casa, na Avenida Delfim Moreira, no Leblon. O empresário Alexandre Accioly, dono da rede de academias Body Tech, também foi intimado a depor. 
Durante as investigações foram identificados elementos indicadores do envolvimento de servidores públicos e empresários no pagamento e no recebimento de vantagens indevidas. Suspeita-se que empresários costumavam procurar Fichtner, tido como muito influente, para obter facilidades junto ao governo Cabral. O serviço denominado “Poupa Tempo” também é investigado.
Sérgio Cabral está preso atualmente em uma penitenciária da Zona Norte do Rio, responde a vários inquéritos e já foi condenado em primeira instância a vários anos de prisão. A C'est fini é um desdobramento da Operação Calicute, que no fim do ano passado prendeu o ex-governador. O nome da operação foi dado em alusão à foto tirada em um jantar em Paris, onde aparecem, com guardanapos presos à cabeça, o ex-governador, o ex-chefe da Casa Civil e vários empresários, inclusive o empreiteiro Fernando Cavendish. O episódio ficou conhecido como “a Farra dos Guardanapos”.
Aproximadamente 85 policiais federais cumprem os mandados nos municípios do Rio de Janeiro e Duque de Caxias. Todos foram expedidos pelo Juízo da 7°Vara Federal Criminal.
Cavendish
Cavendish já é réu na Lava Jato. O empresário foi preso em julho de 2016 na Operação Saqueador, juntamente com o empresário Carlinhos Cachoeira. e desde agosto do ano passado está em prisão domiciliar. Ele também aparece na foto da "farra dos guardanapos" e, em agosto desse ano, prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas admitindo que pagou 5% de propina em dinheiro Cabral para que a Delta participasse da reforma do Maracanã.
Fonte: jb.com.br

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Ministério do Trabalho lança plataforma digital do Emprega Brasil


O presidente Michel Temer e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, lançaram, em cerimônia no Palácio do Planalto, dia 21 de novembro, um pacote com quatro ações para melhorar e modernizar o atendimento e a qualificação dos trabalhadores: Carteira de Trabalho Digital; Sine Fácil 2.0; Seguro-Desemprego Web; e Escola do Trabalhador. As iniciativas fazem parte da plataforma digital do Programa Emprega Brasil.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi convidada a participar da cerimônia, assim como outras entidades representantes do empresariado brasileiro.

Sine Fácil 2.0 – Benefícios para o empregador

O de maior destaque, Sine Fácil 2.0, trata-se de um aplicativo móvel que permite ao trabalhador encontrar, de forma prática e rápida, vagas adequadas ao seu perfil. Desenvolvida pela Dataprev, a solução leva ao cidadão os serviços do Sistema Nacional de Emprego (Sine) a partir de dispositivos conectados à internet, como celulares e tablets.
Segundo o Ministério do Trabalho, a solução possibilita ao empregador encontrar mais rapidamente um profissional com o perfil desejado. As vantagens incluem a verificação de currículos, a escolha de trabalhadores para participar de processos seletivos e a consulta a entrevistas agendadas.
Seguro-desemprego e Carteira de trabalho Digital

O seguro-desemprego via web permitirá que o benefício seja solicitado de casa, assim que o trabalhador receber os documentos demissionais. O procedimento não elimina a necessidade de o profissional ir, após preencher seu cadastro na internet, até um posto do Sine, mas vai agilizar o atendimento nas agências.
Já a Carteira de Trabalho Digital funcionará no aplicativo, onde o cidadão poderá consultar o histórico profissional e o contrato anual.
Qualificação

Criada a partir de uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB), a Escola do Trabalhador é uma plataforma digital de ensino a distância com capacidade para qualificar, até o fim de 2018, seis milhões de brasileiros. A plataforma disponibilizou, já a partir de 21 de novembro, os 12 primeiros cursos. Eles foram determinados com base na análise de dados estatísticos sobre o mercado de trabalho e das necessidades de empregadores e trabalhadores. Outros 38 serão oferecidos até o fim do ano que vem, também de acordo com pesquisas e demandas do mercado.
Além da Escola do Trabalhador, três ofertas de serviços na internet vão facilitar a vida de quem precisa encaminhar o pedido de seguro-desemprego, solicitar ou consultar a carteira de trabalho e buscar vagas de emprego.
Como acessar     

O aplicativo, que é gratuito, está disponível na versão para Android e em breve também para iOS. Para utilizá-lo, o trabalhador deverá ter um código de acesso (QR Code), que pode ser obtido no portal Emprega Brasil, nas unidades de atendimento do Sine, no documento que ele recebe no ato da rescisão de contrato ou na solicitação do seguro-desemprego. O código de acesso é individual, garantindo mais segurança às informações e agilidade no atendimento.
Após instalar o aplicativo no seu celular ou tablet, o trabalhador deverá digitalizar o código utilizando a câmera fotográfica do aparelho
“Pelo Sine Fácil, o trabalhador poderá agendar entrevistas com empregadores, acompanhar a situação do benefício do seguro-desemprego e acessar outros serviços de seu interesse. Um diferencial importante é que o aplicativo permite consultas a vagas de emprego, em qualquer horário ou local, sem a necessidade de o trabalhador se deslocar até um posto de atendimento”, afirmou o ministro Ronaldo Nogueira. Segundo dados do Ministério do Trabalho, a rede Sine conta, atualmente, com 1.440 unidades em todo o País e realiza 300 mil atendimentos diários.

Fonte: jb.com.br


Preso, Garotinho, ex-governador do Rio, denuncia perseguição.


 Em nota distribuída nesta quarta-feira (22) por sua assessoria de imprensa, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, atribui a sua prisão e a de sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, a uma perseguição que, explica, vem sendo vitima desde que denunciou o esquema do ex-governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio.
 Com o título “Querem Calar o Garotinho mais uma vez”, a nota destaca que quem assinou o pedido de prisão foi o juiz Glaucenir de Oliveira, “o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho no ano passado, logo após ele ter denunciado [o desembargador] Luiz Zveiter à Procuradoria Geral da República”.

 Garotinho sustenta, ainda, que “nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime” e, conforme disse ontem em um programa, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e o deputado estadual Jorge Picciani, presidente da Assembléia Legislativa do Rio, durante a primeira prisão do parlamentar, semana passada, no presídio de Benfica. “Na ocasião, o presidente da Alerj [Picciani] teria afirmado que iria dar um tiro na cara do Garotinho”, diz a nota.
Fonte: Jornal do Brasil

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Encontro reúne líderes de partido político em Ponta Negra



Por Adalmir Ferreira
O Partido Verde (PV) realizou no último final de semana o Encontro da Juventude.

Estavam presentes Eduardo Jorge, ex-deputado federal por São Paulo, que foi candidato a presidente em 2014, Carla Piranda, Presidente Estadual, Roberto Rocco que foi candidato a vice-governador em 2014 e é vice-presidente Estadual e Arildo Mendes, Secretário Estadual de Articulação Parlamentar que foi candidato a Federal em 14 e pré-candidato para 18.

O encontro reuniu líderes jovens do partido de várias cidades do Estado, no Bairro de Ponta Negra em Maricá para debater sobre o futuro da política brasileira e no Estado e a participação do PV neste cenário.

A coordenação ficou por conta dos secretários Estadual de Juventude do Partido Alan Mota e Isabela Rocco.
Ediçao: Jorge Jose ( J J ).

Fonte: www.jnenews.net/