Matéria publicada pelo jornal
francês Les Echos nesta segunda-feira (25) afirma que de
acordo com vários estudos, O Brasil conhecido por ser um dos países mais
desiguais do mundo tem feito poucos progressos nos últimos anos e até décadas
em alguns casos.
Le Echos destaca que a participação
de 1% da população mais rica ganhou quase um quarto da renda total do país
(24,3%) na década de 1930 e eles continuaram a receber 23,2% no período de 2010
-2015, de acordo com Pedro Ferreira de Souza, pesquisador do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Em segundo lugar, enquanto os 10%
mais ricos receberam mais da metade da renda (54,3%) em 2001, a proporção
permaneceu essencialmente a mesma (55,3%) em 2015, de acordo com os cálculos da
World Wealth e Banco de Dados de Renda (WWID), pelo economista Thomas Piketty.
Enquanto isso, a participação dos 50% mais pobres aumentou de 11% para 12% do
total, e o grupo intermediário perdeu dois pontos. No entanto, durante esse
período, o crescimento foi em média de 2,85% ao ano, e os governos de esquerda
buscaram uma política de redistribuição ativa a partir de 2003, acrescenta Les Echos.
Le Echos destaca que a participação de
1% da população mais rica ganhou quase um quarto da renda total do país (24,3%)
na década de 1930
No entanto, a reavaliação dos
programas de salário mínimo e de subsídio familiar para famílias pobres não
reduziu as desigualdades de renda. Enquanto o índice de Gini (que mede a
desigualdade na renda do trabalho) diminuiu, quando consideramos a renda total
(imobiliário, poupança, investimentos, etc.), os pesquisadores dizem que a
renda global permaneceu altamente concentrada.
"O aumento de renda e riqueza no
topo da pirâmide foi tão forte quanto na base da pirâmide (social), de modo que
a disparidade não mudou", diz a economista brasileiro Monica de Bolle. Na
raiz do problema, ela disse, são a escala de imposto de renda brasileira
(limitada a 27,5%), as taxas de juros muito altas que transformaram os poupadores
ricos em genuína "Rentiers", e um sistema político muito dependente
da influência de certos grupos de interesse.
"Se, por um lado, os pobres e a
classe média baixa melhoraram suas condições de vida, aqueles cuja principal
fonte de renda não é trabalho, mas dividendos e ganhos de capital também
floresceram", acrescenta este pesquisador ao Peterson Instituto de
Economia Internacional em Washington.
Fonte:jb.com.br
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